MEDPLEX

De um conjunto comercial desatualizado a uma clínica moderna, funcional e 100% acessível: conheça os bastidores de um projeto de arquitetura que vai além da reforma e repensa a lógica dos espaços para a área da saúde.

Quando um problema se torna uma oportunidade, nasce uma boa história. E foi assim que começou a transformação de três salas comerciais, antes separadas e mal aproveitadas, em uma clínica médica moderna no Medplex Santana, em Porto Alegre. 

O projeto apostou em soluções inteligentes, setorização eficiente e acessibilidade total para criar um ambiente funcional e acolhedor para pacientes e colaboradores. A missão era clara: integrar três ambientes distintos, com cerca de 32 a 36 metros quadrados cada, em um espaço único, fluido e adaptado às normas da vigilância sanitária. 

O desafio não era pequeno: além da limitação estrutural, o antigo espaço enfrentou sérios problemas causados pelas enchentes de maio de 2024 no Rio Grande do Sul, como alagamentos, falhas de iluminação e comprometimento de acessos. Era preciso repensar tudo do zero. 

A escolha do novo endereço foi estratégica. O Medplex Santana, prédio voltado exclusivamente para a área da saúde, oferecia a infraestrutura ideal para dar início à transformação. Lá, em três salas lado a lado, vimos ali a oportunidade perfeita. A unificação das salas não se limitou a derrubar paredes. 

O espaço foi totalmente setorizado: de um lado, área de atendimento com consultórios, sala de coleta, farmácia e infusão; do outro, setor administrativo com financeiro, copa, coordenação e depósito. Tudo pensado para garantir fluidez e organização. 

Mas o grande diferencial foi o foco na acessibilidade. Corredores com 1,35m de largura, portas reposicionadas e fluxos bem planejados garantem a circulação confortável, especialmente para cadeirantes. Agora, o projeto tem espaço de sobra pro giro de 90° das cadeiras, sem enrosco. A acessibilidade aqui não é detalhe — é premissa. 

Outro ponto alto do projeto está na marcenaria personalizada. Estantes, armários embutidos e mobiliário sob medida substituíram divisórias antigas, aproveitando cada centímetro sem bloquear a luz natural. Até o espaço do shaft entre os banheiros virou área de armazenamento, mostrando como criatividade e técnica andavam juntas em cada decisão. 

A antiga área de circulação comum do prédio foi incorporada ao projeto, com negociação junto ao condomínio, para abrigar uma recepção ampla e acolhedora. O resultado é um espaço com identidade, conforto e funcionalidade. 

O projeto também respeitou todas as exigências técnicas para clínicas médicas, com destaque para o controle de temperatura na farmácia (capaz de chegar a -70°C), além de espaços devidamente separados para coleta, atendimento e administração — tudo com conforto térmico e organização. 

Ao final da transformação, o resultado irá falar por si. Ambientes bem iluminados, acessibilidade real, estética leve e um fluxo de trabalho eficiente mostram que arquitetura para saúde vai muito além da técnica: é sobre empatia e funcionalidade.